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No Dia Nacional da Consciência Negra, um convite à reflexão

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Silhueta de perfil de um rosto de uma mulher negra.
Data marca a luta da população negra brasileira por seus direitos.

20 de novembro é a data que foi escolhida para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra. É uma data que marca a luta da população negra brasileira por seus direitos, e o maior desses direitos é o direito à vida. Neste 20 de novembro, Porto Alegre amanheceu com a notícia da morte de um homem negro em um supermercado da cidade. A Uergs repudia atitudes como essa e presta solidariedade à família de João Alberto Silveira Freitas.

Mais do que celebração, movimentos negros usam o 20 de novembro como um perído para reforçar a necessidade de se refeltir sobre o racismo na sociedade e sobre os espaços ocupados pelas pessoas negras no país. Algumas das atividades desenvolvidas por professores da Uergs, que são construídas ao longo de todo o ano, cumprem esse papel de propor a reflexão e de construir ações práticas que debatam raça e suas intersecções com gênero.

Professor da Uergs em Montenegro, no ano de 2020, Igor Simões foi parte do time de curadores da Bienal do Mercosul, atuando na curadoria educativa do evento. No espaço em que ocupou na organização da Bienal, que é reconhecida por ser o maior conjunto de eventos dedicados à arte contemporânea latino-americana no mundo, o tema central de sua atuação foi debater a presença das mulheres negras no cenário das artes contemporâneas. 

Ser curador do evento foi resultado do convênio que a Universidade mantém com a Bienal do Mercosul, um trabalho contínuo. E ter um trabalho que pense o racismo,  não apenas de maneira pontual, é o que Igor defende. “Debater questões sobre racialização e conhecimento não é uma tarefa que se cumpre uma vez por ano. É preciso que essa perspectiva seja assumida como horizonte necessário de saberes em um país assimétrico como o Brasil”, comenta. 

Em suas aulas, Igor conta, tem sido uma constante trazer o tema raça e a revisão da arte e da história da arte a partir da presença de pessoas negras. Para isso, o docente busca realizar uma profunda revisão das biografias e recortes que a disciplina exige, papel importante em um curso de licenciatura. 

Já nas ciências exatas, Marta Nunes, professora da Uergs em Encantado, imprime em suas ações o esforço para inserir as mulheres em espaços que historicamente foram negados a elas. Com o projeto  “Meninas nas Ciências: Vencendo desafios para a Diversidade de Gênero e Raça”, desde 2019 a professora desenvolve atividades em uma escola da rede pública de Santa Cruz do Sul, com o objetivo de mostrar para alunas do Ensino Fundamental que é também lugar delas as ciências exatas.

Ofertado exclusivamente para meninas a partir de 12 anos de idade, ou que estejam cursando o 6º ano do Ensino Fundamental, a iniciativa promove práticas escolares lúdicas e experimentos didáticos ligados às ciências naturais. Também são abordadas reflexões sobre os diferentes tipos de preconceito, principalmente de gênero e raça. “A educação é uma das principais causas das desigualdades de gênero e raça. Ao mesmo tempo, ela oferece as melhores possibilidades de mudanças e avanços”, comenta a Marta.

Mais uma das ações promovidas pela Uergs, coordenada pelo professor da Unidade em Osório Leandro Forell e pelo mestrando Pedro Reinaldo Manfroi,  o curso “Outras histórias da cidade de Novo Hamburgo” faz o resgate da contribuição da população negra para a construção da cidade. Através de um conjunto de estudos e atividades completamente realizados a partir do Moodle Uergs, o projeto desloca o olhar da cultura germânica, que predomina na narrativa da história de Novo Hamburgo.  

Por: Émerson Santos

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