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Unidade em Tapes apresenta o tema do 7º Siepex

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Logotipo do Siepex.
7º Siepex será realizado de 25 a 27 de outubro, em Tapes.

A Unidade da Uergs em Tapes sediará a 7ª edição do Salão Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepex) da Uergs, que ocorrerá de 25 a 27 de outubro. O tema deste ano será “Sociobiodiversidade na Costa Doce: caminhos para o Bem Viver”. A comissão local do evento, composta por professores, estudantes e funcionários da Unidade, conta que a motivação para a escolha do tema foi a busca por ampliar o olhar sobre a missão da Uergs de promover o desenvolvimento regional sustentável, tendo como pano de fundo o debate sobre o bem viver.

A proposta do 7º Siepex é dar visibilidade à sociobiodiversidade existente nas 24 Unidades da Uergs, por meio da apresentação de projetos e trabalhos de Iniciação Científica, Iniciação Tecnológica e Inovação, Extensão e Ensino. De acordo com a professora Rafaela Printes, da Unidade em Tapes, com isso a Universidade demonstrará os desafios da sua missão, que inclui diversos aspectos abrangidos pela perspectiva do bem viver, tais como a participação coletiva nas decisões; respeito às diferenças e diversidades socioculturais; pluralidade de ideias e credos; compromisso com a ética, cidadania e inclusão social; foco no desenvolvimento regional sustentável a partir das demandas e necessidades locais e regionais.

Confira a justificativa para a escolha do tema:

A perspectiva do Bem Viver é emergente na América Latina e está vinculada aos estudos pós-coloniais e do pós-desenvolvimento, que propõe superar as promessas discursivas do desenvolvimento, vinculadas ao mito do progresso e ao crescimento econômico, conquistado à custa da exploração humana, exaustão da natureza e da exclusão social, geradas nas dinâmicas do modelo capitalista. Não existe uma "receita" para o Bem Viver, assim como existe para o desenvolvimento capitalista.

O Bem Viver busca a construção de alternativas ao desenvolvimento, por meio da descolonização da sociedade, recuperando as cosmovisões de povos e nacionalidades autóctones, sem ignorar os avanços tecnológicos da modernização, mas incorporando-os a outra lógica, voltada ao diálogo construtivo de saberes ancestrais, reconhecendo-os como conhecimentos legítimos e avançados no âmbito do pensamento universal.

No Rio Grande do Sul, a sociodiversidade expressa nas culturas locais dos indígenas, negros, comunidades tradicionais, agricultores familiares, descendentes de europeus, juntamente com a biodiversidade dos ecossistemas associados aos biomas Mata Atlântica e Pampa, configuram a nossa sociobiodiversidade, tecida na interdependência sistêmica da vida. O Bem Viver enfatiza a manutenção da sociobiodiversidade, revelada nos usos culturais dos recursos naturais que a natureza oferece, com potencialidade de gerar bens e serviços em cadeias produtivas que garantam a manutenção dos Diretos Humanos e dos Direitos da Natureza, o qual inclui o ser humano.

Diante de recentes ameaças aos direitos humanos e ambientais, feitas por meio de mudanças em leis, decretos, portarias e reformas, tanto nas esferas federal, quanto estadual e municipal, a perspectiva do Bem Viver reforça a necessidade ampliarmos as redes de solidariedade, autonomia, reciprocidade, colaboração, complementariedade, responsabilidade, equidade, democracia, respeito às diversas formas de conhecimento, saberes e práticas, aspectos basilares para pensar na renovação das lógicas econômicas e do mercado, abrindo possibilidade para construção de caminhos alternativos que conduzam à legitima sustentabilidade.

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