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Professora da Uergs faz curadoria de Salão de Arte em Montenegro

Publicação:

Mulher de pele morena clara, cabelos avermelhados, olhos escuros, sorri para câmera.
Carmen Lúcia Capra

A professora Carmem Capra, da Uergs em Montenegro, presidiu a comissão de seleção e curadoria do 6º Salão 10x10, que ocorreu dia 10 de outubro. Promovido pelo Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (Sesc) e pela Fundarte, o concurso cultural visou promover e fomentar a produção artística contemporânea dentro de pequenos formatos.

O Salão de Arte reuniu trabalhos de 24 artistas, nas modalidades: desenho, escultura, pintura, fotografia, gravura e objeto, todos com tamanho que não excedesse 10cm de largura, de 10cm de altura e 10cm de profundidade. Além de proporcionar a apreciação estética à comunidade local e divulgar a produção artística, a iniciativa buscou fomentar a pesquisa artística e estimular a criação de obras em pequenos formatos.

A professora Carmem Capra também coordenou a montagem da exposição que estará disponível à visitação até o dia 30 de novembro, na galeria de arte Loide Schwambach, na Fundarte, de segunda à sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 21h. Juntamente com a professora, compuseram o grupo de seleção e curadoria: o professor do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria Lutiere Dala Valle e o curador de arte Márcio Tavares. Os jurados escreveram um texto em defesa da expressão artística (disponível abaixo), exposto no Salão.

 

Salão 10X10: arte rima com liberdade

(Carmen Capra – UERGS, Lutiere Dalla Valle – UFSM e Márcio Tavares)

O Salão 10x10 é um evento consolidado no calendário artístico gaúcho e inscreve-se a cada edição em uma dimensão nacionalizada de sua abrangência, que faz jus ao esforço institucional do SESC e da Fundarte no desenvolvimento desse concurso. Em tempos de crise, é necessário celebrar todas as iniciativas de fomento à arte e aos artistas.

Na forma como foi concebido em 2017, o Salão 10x10 reuniu uma equipe de seleção e curadoria que, pela atuação de cada integrante, abrangeu os âmbitos teóricos, poéticos e educativos das artes visuais. Um salão que atua com essa compreensão diversa, aproxima os campos do saber e do fazer artístico, podendo, inclusive, abrir possibilidades para movimentar as fronteiras entre eles.

A arte é uma maneira de produzir conhecimento que associa em sua expressividade simbólica os meios e as conexões de ideias produzidos em distintos campos do saber. Através da relação entre as obras e os públicos são produzidas relações novas entre as coisas do mundo, o que permite que visualidades e narrativas alternativas passem a contribuir com as já existentes.

Inserido em um terreno de disputas, o campo artístico contemporâneo emerge como potência mobilizadora de ideias em que a arte projeta experiências de sentido e confronto entre as múltiplas realidades, contrapondo-se às distopias que buscam impor uma única alternativa ao pensamento.

Preocupantemente, temos acompanhado interdições e reações intolerantes contra manifestações artísticas em nosso país. Tais ações originam-se em contextos de desinformação e produzem uma imagem distorcida sobre a arte e seus propósitos. Ataques de tom moral desviam-se do que é a matéria da arte - a produção de sentido e de reflexão que cada obra carrega consigo - visando interditar a possibilidade da renovação do pensamento dos que convivem, mesmo que brevemente, com a arte.

Nessa relação não se pode confundir mostrar com conduzir, criar com prescrever, ver com contaminar-se. Antes e muito diferente disso, a arte não desconsidera a autonomia e a habilidade intelectual dos espectadores ao propor formas de pensar no fazer e no fruir da imagem. É justamente pela arte que o pensamento tem a possibilidade de movimentar-se, em renovação, sobre as ideias e sobre as obras, nunca no questionamento das existências e das pessoas.

A exposição das obras de arte criadas pelos artistas participantes do Salão 10 x 10 em 2017 é uma aposta na diversidade e na liberdade do fazer e do fruir artístico e, por isso, é um convite aos que tiverem contato com essa produção: pensar a partir das obras, exercitando possibilidades - imaginação e poesia, mas também reflexão e novas compreensões -, que contribuam ao complexo viver contemporâneo.

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