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Dia Internacional do Ambiente

Publicação:

Dia Mundial do Meio Ambiente - 5 de junho.
Dia Mundial do Meio Ambiente - 5 de junho.

Por: Marcelo Maisonette Duarte, Patrícia Binkowski e Ricardo Silva Pereira Mello

Docentes do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade/Uergs.

 

 

“Mesmo com o Titanic naufragando, talvez uma garrafa lançada ao mar consiga chegar às praias de um mundo no qual tudo estará pronto para recomeçar [...]”. (EdgarMorin)

A Organização das Nações Unidas (ONU), em Assembleia Geral em 1972, adotou o 5 de Junho como o Dia Mundial do Ambiente (resolução A / RES / 2994 - XXVII), com base na Conferência sobre o Ambiente Humano realizada na Suécia no mesmo ano, conhecida como a Conferência de Estocolmo. Nesta conferência, considerada um marco ambiental da humanidade devido à participação de dezenas de líderes mundiais, pela primeira vez reunidos para debater Desenvolvimento versus Poluição, afirmou-se “[...] a responsabilidade da comunidade internacional em tomar medidas para preservar e melhorar o ambiente e, em particular, a necessidade de contínua cooperação internacional para esse fim”. A Conferência teve profundos efeitos na irradiação do desenvolvimento de consciência e políticas ambientais internacionais, nacionais e locais. Trata-se de um marco referencial de manifestação global da relevância ambiental para o desenvolvimento econômico e, fundamentalmente, para a vida saudável das pessoas. 

Portanto, nos cabe a celebração deste dia para reforçar a reflexão, o desenvolvimento de opiniões mais esclarecidas e condutas responsáveis dos indivíduos e das organizações das sociedades em todos os níveis, visando a promoção da Conservação Ambiental em senso amplo.  

No entanto, neste ano de 2020, Audrey Azoulay, Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), nos traz um alerta:

“[...] a crise ambiental infelizmente prossegue de maneira avassaladora, afetando a biodiversidade e, por conseguinte, a humanidade, seja com os incêndios devastando as florestas tropicais, a poluição das águas doce e marinha, os efeitos das mudanças climáticas etc. Soma-se neste ano a pandemia do COVID-19 que lançou outra luz sobre a crise que afeta a biodiversidade. A pandemia nos permitiu observar o que os cientistas em todo o mundo vêm dizendo há anos: a interdependência entre humanidade e biodiversidade é tão profunda que as vulnerabilidades desta última são nossas. Essa crise de saúde é um aviso que devemos prestar atenção coletivamente: agora precisamos repensar fundamentalmente nosso relacionamento com o mundo dos vivos, com os ecossistemas naturais e sua biodiversidade. Juntos, devemos construir um novo pacto com o mundo dos vivos. Este é um imenso trabalho em andamento. Isso exigirá um amplo consenso, tanto técnico quanto ético. A UNESCO é um dos lugares onde esse consenso pode ser construído.”[1]

 

O relato do Diretor Geral da Unesco tem como fundamentação as ciências,os saberes tradicionais, a percepção da íntima relação do bem viver e a qualidade ambiental.  Posto está que os benefícios que a natureza, em especial a biodiversidade, fornece às pessoas, como os chamados serviços ecossistêmicos, geram e mantém vivo nosso planeta, nas dimensões culturais, de provisão e regulação de matéria e energia, imprimindo o caráter da sustentabilidade através da segurança alimentar, hídrica, energética e, por que não dizer, espiritual.

Em nível nacional, estamos vivenciando um enorme descaso com as questões ambientais, o qual se manifesta através da falta de políticas pró-ativas de proteção da natureza. Na verdade, políticas existem, mas elas parecem caminhar no sentido contrário, do desmonte do pouco que se conquistou nas últimas décadas. Vivemos uma imensurável crise na saúde e na economia, muito visíveis, pois nos afetam no dia a dia e possuem ampla exposição na grande mídia. Porém, não podemos esquecer que uma gigantesca crise ambiental, invisível aos olhos de muitos, aprofunda-se. Se não mudarmos o rumo, se insistirmos em olhar para a natureza como inimiga do desenvolvimento (senso comum), caminharemos inexoravelmente para o abismo e o nada.

O Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade da UERGS manifesta neste dia de celebração, reflexão e luta, o compromisso com sentimentos e ações pró-vida saudável, o compromisso com o respeito e promoção da sócio-bio-diversidade, o compromisso com a justiça ambiental e a justiça social. O compromisso com a mudança, pois como já disse E. Sabato: “Existe uma maneira de contribuir com a mudança. Não se resignar”.

 

[1]https://en.unesco.org/commemorations/environmentday#:~:text=The%20United%20Nations%20designated%205,economic%20development%20throughout%20the%20world.

 

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