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Dia do Trabalho em tempos de home office

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Na Uergs, oito pessoas do Departamento de Informática dão o suporte técnico para que os demais colegas trabalhem em home office.
Na Uergs, oito pessoas do Departamento de Informática dão o suporte técnico para que os demais colegas trabalhem em home office. - Foto: Carla Dellagnese/Ascom.

Nas construções que nos abrigam, nas ruas varridas por mãos pesadas, no gesto gentil daquela que nos libera a passagem, no auxílio de prontidão que encontramos nos técnicos que consertam nossas máquinas. O cotidiano é marcado pelo trabalho de pessoas que, muitas vezes, na correria de um dia turbulento, não enxergamos, mas suas atividades são essenciais para a continuidade de nossas obrigações. 

O 1° de maio, que no calendário marca o Dia Internacional do Trabalhador, é resultado de um processo de lutas e reivindicações por condições dignas e salários que correspondam às atividades exercidas por cada trabalhador. Uma luta que obteve muitas conquistas, e que segue em construção.

Gabriel Cunha, pró-reitor de Administração da Uergs, aponta  a importância de se refletir sobre o 1° de maio como uma data histórica que deve ser permanentemente defendida. “Ainda que avanços tenham ocorrido, é fundamental que se tenha o entendimento de que o progresso atingido é resultado das lutas realizadas, e que este progresso está em permanente tensionamento”, pontua ele.

Em um período de incertezas como o que o mundo enfrenta hoje, causadas pela pandemia da Covid-19, as rotinas são alteradas e o modo como nos relacionamos passa a ser repensado. Somente no Brasil já são mais de 75 mil casos confirmados. Muitos setores, buscando combater o avanço da pandemia, fecharam suas portas e as pessoas estão exercendo suas atividade de casa, em isolamento, para não se exporem aos riscos da doença. A humanidade encontra-se em um desafio coletivo de enfrentamento ao novo Coronavírus. 

Trabalho mediado pela Tecnologia da Informação

Teletrabalho e home office são expressões que ganharam espaço no vocabulário e na vida dos brasileiros, mas para que se possa adotar essa nova forma de trabalhar, é necessário contar com uma atuação fundamental, a das pessoas do setor de Tecnologia da Informação (TI). Eles geralmente são acionados quando há busca por soluções para problemas com equipamentos, programas ou bancos de dados, mas estão sempre lá, nos bastidores, criando condições para que outras pessoas tenham suporte para o trabalho. 

Na Uergs, são oito pessoas atuando no Departamento de Informática. Em condições normais de trabalho, elas se desdobram entre o atendimento das demandas da Reitoria e das 24 unidades universitárias, o que implica também em deslocamentos para diferentes regiões do estado. Em tempos de pandemia, enquanto os demais funcionários da Universidade estão trabalhando em casa, são essas pessoas que dão o suporte técnico, cuidando da rede e garantindo o acesso remoto e, muitas vezes, tendo que sair de casa e se deslocar até o local onde estão os equipamentos que precisam estar em funcionamento para que toda a engrenagem se movimente.

Vanderlei Guerreiro, diretor da Superintendência de Informática, conta que sua rotina, principalmente nas primeiras semanas de isolamento social, foi totalmente afetada. Tendo que realizar alterações de infraestrutura, nas redes e no sistema da Universidade, além do aumento dos pedidos de suporte por parte dos demais funcionários da Uergs, os desafios diários fizeram com que percebesse ainda mais a importância de seu setor. “Havia percebido a relevância das atividades exercidas em nosso setor, devido aos contatos diários que temos com todos os demais para a prestação de suporte, pois recursos de informática são ferramentas de trabalho imprescindíveis”, comenta.  Para preservar a saúde de sua equipe, minimizando a possível exposição de seus colegas à Covid-19, Vanderlei optou por ir sozinho, quando necessário, fazer os ajustes nos equipamentos da Universidade. Os demais trabalham de casa. 

O Departamento de Informática se mantém em contato com as diferentes cidades onde a Universidade se encontra. Em razão disso, Ismael Azambuja, que também faz parte da equipe de TI, comenta que a atual dinâmica de trabalho não é nova, mas que o grande desafio tem sido a comunicação entre seus colegas, devido ao isolamento. “Somos um grupo multidisciplinar e trabalhamos muito próximos. Sempre conversamos sobre como desenvolver quaisquer atividades, trabalhamos em equipe”, enfatiza.

Com parte significativa do quadro de funcionários da Universidade trabalhando em home office e utilizando seus próprios equipamentos, além de monitorar as máquinas da Universidade realizando ajustes e configurações necessários para a continuidade do trabalho, Daniel Maia conta que foi preciso adequar as ferramentas de uso diário aos computadores pessoais dos colegas e encontrar soluções para auxiliar  nas demandas que surgem. Ele conta que a união da equipe colabora para o desenvolvimento das atividades. “Nosso grupo é muito bom. Todos que podem ajudam de forma muito proativa, incluindo nossos estagiários”, diz.

Gabriel enfatiza a importância dos profissionais de Tecnologia da Informação, área que já integra as estratégias das mais variadas organizações, sejam públicas ou privadas. E no atual cenário, onde as tecnologias têm sido a alternativa para a continuidade dos serviços, os profissionais de TI ganham ainda mais destaque. São eles que criam “a partir das análises realizadas e da interação com as partes envolvidas, soluções que possam garantir que atividades fundamentais não sejam descontinuadas”, aponta.

Ensinamentos para o futuro

São diversas as reflexões que o isolamento social tem provocado, e muitas delas estão diretamente relacionadas ao ambiente e às relações de trabalho. Em poucos meses o mundo se modificou, e novos modos de lidar com o cotidiano surgiram, como a necessidade de realizar reuniões virtuais e de tomar decisões importantes em conversas por aplicativos, o que gera a necessidade de adaptação. Cabe agora pensar em como estas mudanças poderão contribuir para o aperfeiçoamento das relações após este período.

Para Vanderlei, o ensinamento que fica deste cenário é a compreensão de que o ser humano possui a capacidade de se adaptar diante de situações adversas, “descobrindo novas capacidades para superar barreiras desconhecidas”. Ele vê que o isolamento social faz com que se valorize a presença de todos nos ambientes físicos. 

“É preciso valorizar os momentos que podemos ter com nossos colegas, pois o distanciamento demonstrou o quanto estar próximo uns dos outros faz falta”, complementa Daniel.

Gabriel afirma que ainda há muitos avanços necessários para aperfeiçoar as relações de trabalho, mas que a humanidade levará um legado importante deste período de epidemia. “Às vezes, por estarmos imersos no dia a dia, não realizarmos este distanciamento para analisar e refletir sobre o que estamos fazendo, como estamos fazendo, com quem estamos fazendo. Mais do que nunca, fica evidente que o nosso trabalho depende das interações que realizamos, sejam elas com colegas, pessoas de outras organizações ou com a sociedade civil em geral”, conclui. 

Por: Émerson Santos e Daiane Madruga


 

 

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