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A força do movimento: Uergs em Bagé realiza projeto com idosos moradores de asilo

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Projeto promove um nova dinâmica e um novo olhar para o espaço do asilo.
Projeto promove um nova dinâmica e um novo olhar para o espaço do asilo.

Promovido pela Unidade da Uergs em Bagé, projeto de extensão proporciona a público da terceira idade a possibilidade de movimentar-se novamente

A Fundação Geriátrica José & Auta Gomes, localizada em Bagé, abriga 50 idosos com idades entre 50 e 90 anos que tiveram sua rotina modificada através de um projeto desenvolvido pelo curso de Pedagogia da Uergs. Desde 2017, o espaço é o palco das atividades do projeto “Letramento Digital: uso de recursos tecnológicos e práticas corporais em espaços não-formais”, que tem o objetivo de auxiliar pessoas da terceira idade a desenvolver uma consciência digital e corporal, além de ser uma ferramenta de auxílio na melhora de sua mobilidade.

Os exercícios consistem no trabalho com o Kinect, dispositivo desenvolvido pela empresa Microsoft, que realiza a captura de movimentos do usuário através de sensores embutidos em uma câmera 3D. Com ele, é possível “jogar” sem nenhum tipo de controle, utilizando apenas os movimentos do corpo.  O trabalho com os idosos é baseado em três perfis: os cadeirantes, os que tiveram Acidente Vascular Cerebral e os que têm movimentação limitada em razão da idade. Com o uso do Kinect e do console ao qual ele é conectado (o Xbox 360) os idosos movimentam-se como se estivessem jogando boliche, futebol ou mesmo dançando.

Idealizado pelo estudante de Pedagogia da Uergs em Bagé Jaison Marques Luiz e pelo educador físico Rafael da Mota, o projeto promove suas atividades no asilo duas vezes por semana, contando com o apoio de 12 estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia da Uergs em Bagé e a coordenação da professora Veronice Camargo.

Nas atividades, além do exercício de interação com novidades tecnológicas e com os estudantes, são trabalhadas questões práticas de sua mobilidade física, como coordenação fina, coordenação óculo-manual e óculo-pedal e habilidades motoras de tempo e espaço.

Mudança de realidade

Segundo voluntários do projeto, a realidade do asilo foi mudando à medida que o projeto avançava. “Um dos aspectos mais notáveis foi o humor, pois os mesmos retratam a felicidade que o projeto resgatou em suas vidas, ocupando seu tempo ocioso”, conta Jaison Marques, um dos idealizadores do projeto.

Outro aspecto observado foi a relação construída entre os idosos e os extensionistas. “Acabamos nos tornando netos, filhos e amigos de muitos daqueles idosos”, relata Jaison. É também uma relação baseada principalmente na capacidade de se colocar no lugar do outro. “Essa atitude revela o melhor lado da humanidade, o amor ao próximo, o sentimento de empatia, nossa capacidade de nos colocarmos no lugar deles e querer conhecer mais de suas histórias”, diz outro estudante voluntário.

Além do aspecto comportamental, também foi observada uma melhora nas capacidades físicas e de mobilidade dos participantes. Jaison relembra o caso específico de um dos moradores do asilo que, quando o projeto foi iniciado conseguia realizar nove sequências do exercício de sentar e levantar no tempo de meio minuto. Meses depois, o mesmo idoso já realizava entre 14 e 19 sequências do mesmo exercício, a estimativa esperada de sua faixa etária.

Via de mão dupla

“Este projeto tem nos mostrado o quanto podemos encontrar no idoso um grande potencial”, diz a professora Veronice Camargo. Para ela, as atividades realizadas com os idosos contribuem para que o envelhecimento seja encarado de forma mais natural.

Mas o aprendizado não se restringe aos idosos. Para o educador físico Rafael da Mota, um dos idealizadores do projeto, a iniciativa colabora para que o olhar para espaços como os asilos mude, ou mesmo comece a existir, visto que muitas vezes ele é ignorado. “Quem faz parte desse grupo, que um dia rejeitou a existência desse ambiente, hoje está de mãos dadas conosco e entende a importância do olhar da sociedade para esses idosos, que muitas vezes são desassistidos”, reflete.

Para Jaison, a entrega dos estudantes que participam – todos de forma voluntária –  é grande. “Eles assumem um verdadeiro compromisso, de doar mais do que o seu tempo, realmente entregando-se à causa, pois ele [o projeto] nos proporciona mais que uma ação social, mas sim um momento de ressignificação do ser”.

Texto: Glauber Cruz

Revisão: Daiane Madruga

 Confira algumas imagens do projeto:

 

 

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