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Egressa da Uergs está na Lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

Publicação:

Camila Vargas
Camila Vargas - Foto: Arquivo Pessoal
Por Daiane de Carvalho Madruga

Camila Vargas, egressa da Uergs em Cachoeira do Sul, é uma das 100 mulheres doutoras do Agro reconhecidas pela Revista Forbes. A publicação foi realizada em 15 de outubro como uma homenagem pelo Dia Internacional da Mulher Rural, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995. 

Natural de Cachoeira do Sul, Camila iniciou sua carreira acadêmica no antigo curso da Uergs de Tecnologia em Agropecuária Integrada, na sua cidade natal. Depois de formada, foi morar em Porto Alegre, onde cursou mestrado e doutorado em Fitotecnia na Ufrgs. Ela conta que o exemplo dos(as) docentes da Uergs, com elevado grau de formação, foi uma das motivações para seguir a carreira acadêmica, um sonho que começou já no primeiro semestre da graduação.

Esta não é a primeira vez que Camila figura entre as mulheres reconhecidas pela Forbes. No ano passado, ela foi citada pela Revista como uma das 20 Mulheres Inovadoras em Agritechs no Brasil. Atualmente, Camila é sócia fundadora de uma empresa que pesquisa e desenvolve produtos biológicos para controle de pragas e é pesquisadora do CNPq. 

Em uma entrevista para a Uergs, ela conta mais sobre momentos marcantes da sua trajetória acadêmica, sobre o trabalho que desenvolve atualmente e sobre o significado de estar em uma lista da Forbes.

No início da carreira acadêmica, o que a motivou a ingressar no curso de Tecnologia em Agropecuária Integrada da Uergs? 

Na época, a minha principal motivação foi ter a possibilidade de estudar em uma universidade estadual, com ensino gratuito e na minha cidade natal. A Uergs, por ter essa característica de regionalização, proporciona um ensino de qualidade, sem a necessidade de se deslocar para os grandes centros urbanos. Além disso, o alto grau de formação dos professores, sendo eles mestres ou doutores em sua maioria me encantou e fez eu perceber que gostaria de também trilhar uma carreira acadêmica.  

Após a conclusão da graduação, você cursou mestrado e doutorado em Fitotecnia. O que a motivou a seguir a carreira acadêmica e a escolher a Fitotecnia como área de interesse para suas pesquisas?

Eu me apaixonei pela pesquisa nos primeiros meses da graduação. Tive excelentes professores que sempre falavam de suas carreiras acadêmicas na pós-graduação. O exemplo deles me impulsionou a realizar processos seletivos para o mestrado e posteriormente doutorado. O sonho de ser doutora nasceu no primeiro semestre da graduação e me preparei ao longo de toda a minha formação para conseguir esse título. Sobre a Fitotecnia, eu lembro que ainda no ensino médio, eu li uma matéria em um livro de biologia que falava do controle biológico (que é o manejo de pragas através de inimigos naturais) e fiquei encantada. Por isso, após minha graduação encontrei na Pós-Graduação em Fitotecnia/UFRGS a forma de estudar esse controle de pragas através de pesquisas que já estavam sendo desenvolvidas na universidade.

Há algum fato que marcou sua trajetória e que você gostaria de contar?

Sim, existem três momentos muito marcantes nessa trajetória. O primeiro foi o meu primeiro dia na graduação, eu lembro como se fosse hoje minha felicidade por estar iniciando meu curso superior. O segundo, o dia em que saí de Cachoeira do Sul para Porto Alegre, para cursar minha pós-graduação. Estava com medo do desafio e sabia que minha vida ia mudar, mas estava imensamente grata por ter essa oportunidade. E o dia que defendi meu doutorado. Eu sabia que a partir daquele momento, minha responsabilidade como profissional iria aumentar muito e tento até hoje honrar com todo o conhecimento que foi compartilhado comigo. 

Na sua opinião, qual a importância de ver mulheres conquistando espaço na pesquisa e na área das Ciências Agrárias?

Fundamental. A mulher tem uma enorme sensibilidade aos detalhes, que é uma característica muito importante na pesquisa. Ver mulheres atuando no setor, mostra que podemos usar nossas habilidades para um crescimento de um setor tão importante no Brasil, que é o agronegócio. Hoje, além de vermos mulheres na pesquisa e centros acadêmicos, vemos produtoras no campo trabalhando para que alimentos com mais qualidade cheguem nas nossas mesas. É gratificante estar entre essas mulheres.

O que significa para você estar entre as 100 doutoras do Agro?

Para mim é um importante reconhecimento após tantos anos dedicados à ciência e à minha formação acadêmica. Sinto muito orgulho de estar na lista da Forbes entre mulheres tão relevantes no cenário do agronegócio brasileiro. E agradeço a todos que contribuíram para que eu chegasse até minha formação como doutora.

Atualmente, você é sócia fundadora da BioIn e pesquisadora do CNPq. Quais são as principais atividades e pesquisas a que você se dedica nesses espaços?

A BIOIN é uma empresa que foca na pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos para controle de pragas. Desenvolvemos insetos benéficos que, quando liberados na área de cultivo, conseguem controlar insetos praga que causam danos e prejuízos. O principal diferencial é o controle de pragas através de produtos sustentáveis e eficientes, que contribuem para a segurança alimentar, para a agricultura sustentável e para a saúde do homem e meio ambiente. Além de serem produtos acessíveis e fáceis de aplicar, aumentando o valor agregado dos alimentos produzidos. Minha pesquisa ligada ao CNPQ foi relacionada ao desenvolvimento de um produto específico para a fruticultura e, junto com demais colegas da equipe, conseguimos registrar o primeiro produto biológico para controle de mosca-das-frutas registrado pelo Ministério da Agricultura no Brasil.

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