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Estudantes criam o primeiro Coletivo Feminista da Uergs

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Atualmente, o Coletivo Vênus possui 35 membros fixos de diferentes unidades da Uergs.
Atualmente, o Coletivo Vênus possui 35 membros fixos de diferentes unidades da Uergs.

Um marco no combate à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha completou 12 anos no dia 7 de agosto. Anos depois da aprovação da Lei, os números dos casos de violência contra a mulher permanecem altos. Segundo dados do Atlas da Violência de 2018, de 2006 a 2016, estados como o Rio Grande do Norte e o Maranhão tiveram um aumento de 130% nos homicídios de mulheres. Segundo o documento, no Rio Grande do Sul percebeu-se um aumento de 90% dos casos.

 Esse cenário tem motivado a criação de diversas iniciativas que visam discutir e combater a violência contra a mulher. Uma delas é o Coletivo Feminista Vênus, criado por estudantes da Uergs e que pretende contribuir com a luta pela igualdade de gênero dentro e fora da Universidade.

 Formado por 35 membros fixos de 11 Unidades da Uergs, o Coletivo é fruto da aproximação de alunos de diferentes Unidades após a criação do Diretório Central do Estudantes (DCE), em 2016. “Essa aproximação e reconhecimento tornou muito óbvio que algumas situações se repetem em todas as unidades da universidade e em vários eventos”, diz Audrei Bittencourt, estudante do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Unidade da Uergs em Caxias do Sul, uma das integrantes do Coletivo.

 

Trabalho conjunto com a Universidade

Campanhas de conscientização, elaboração de manuais de orientação sobre como e onde denunciar agressões sofridas e espaços para troca de experiências são algumas das ações planejadas pelo Coletivo Vênus. Para isso, o movimento busca realizar um trabalho conjunto com a Universidade, partindo do princípio de que o machismo se faz presente em todos os espaços, inclusive os acadêmicos, e seguindo o exemplo de outras universidades estaduais brasileiras como a USP e a UERJ, que realizaram pesquisas sobre a violência contra a mulher.

 “A elaboração de políticas de atenção com as mulheres nada mais é do que uma estratégia que visa atender as necessidades da maior parcela dos acadêmicos das IES [instituições de ensino]”, diz Audrei, destacando que atualmente cerca de 65% dos estudantes de ensino superior do Brasil são mulheres.

 

O estudante homem e as discussões sobre machismo e violência de gênero

O Coletivo Vênus é aberto para estudantes homens que queiram discutir o machismo na sociedade e colaborar na construção de estratégias que visem inibir ações machistas no espaço da Universidade e fora dele. “A luta pela igualdade de gênero passa obrigatoriamente por negociações entre os diversos gêneros. Essa construção não acontece sem que haja a aproximação, discussões, negociações acertos entre todos os atores envolvidos”, diz Audrei.

 Ela também destaca que a presença dos homens nas discussões referentes à violência de gênero e ao machismo é importante para a internalização dos ideais de igualdade e respeito. “Ao internalizar como sua a luta pela igualdade de gêneros, espera-se que rapazes passem a contribuir para um convívio mais pacífico e agradável no ambiente universitário, funcionando como aliados e não como possíveis agressores”.

 O Coletivo Vênus pretende realizar ações no Siepex 2018, que será realizado de 24 a 26 de outubro, na Unidade em Cachoeira do Sul. Além disso, será criado um grupo de WhatsApp no qual as poderão se informar, desabafar e receber orientações básicas sobre como proceder em casos de violência.

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