Uergs integra rede que trata desafios mundiais com base no Mapeamento Colaborativo
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A Uergs integra uma rede internacional de universidades que utiliza tecnologias geoespaciais públicas para abordar os desafios ambientais e de desenvolvimento em todo o mundo. A rede YouthMappers é baseada no Mapeamento Colaborativo, uma construção de mapas onde as pessoas inserem informações que podem ser acessadas de forma livre e gratuita. Desde o dia 15 de julho, a Uergs está promovendo um mini-curso online sobre Mapeamento Colaborativo, com disponibilização do conteúdo no YouTube.
A rede colaborativa YouthMappers foi fundada em 2014 por três universidades estadunidenses e é financiada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). O objetivo é envolver estudantes, pesquisadores(as) e educadores(as) na elaboração dos mapeamentos. Atualmente, são mais de 5 mil jovens mapeadores organizados em 411 universidades de 78 países.
Protagonismo estudantil na solução de problemas territoriais
A Uergs integra a rede desde maio de 2022 e desenvolve as ações no âmbito do YouthMappers como um projeto de extensão universitária, coordenado pela professora Fabiane Wiederkehr e liderado pela estudante Laura Possani, da Uergs em Tapes. “O protagonismo dos acadêmicos é uma das bases da rede, que possui como lema ‘We don't just build maps. We build mappers’ (destacando a importância do estudante observar seu território para identificar e atuar na solução de problemas)”, ressalta Fabiane.
Atualmente, o YouthMappers Uergs conta com representantes de quatro unidades da universidade (Erechim, Sananduva, São Francisco de Paula e Tapes). “Nosso objetivo é engajar todas as unidades universitárias neste projeto”, convida a coordenadora. Para isso, foi aberto um formulário de interesse para as pessoas da comunidade universitária que quiserem integrar o grupo.
Acesso o Formulário para participar do Youth Mappers Uergs.
Ações do Youth Mappers Uergs
De acordo com a Carta de Anuência ao Consórcio das universidades que integram o grupo, a participação da Uergs é para fins de pesquisa e fornecimento de capacitação na área do mapeamento colaborativo humanitário. O documento prevê o engajamento da comunidade universitária no levantamento de questões referentes a diversos temas como áreas de risco de desastres naturais, patrimônio histórico, meio ambiente, cultura, desigualdades urbanas, infraestrutura urbana e rural, acessibilidade, entre outros.
Nesse sentido, durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no mês de setembro de 2023 e em maio deste ano, o trabalho do YouthMappers se concentrou em projetos específicos de mapeamento de vias e edificações nas áreas atingidas, especialmente as mais vulneráveis. Além disso, foi lançada uma Trilha de Oficinas sobre os primeiros passos no mapeamento colaborativo. O objetivo desse minicurso é incentivar a população a mapear suas comunidades, especialmente após a catástrofe climática no Rio Grande do Sul.
A Trilha de Oficinas: Primeiros passos no Mapeamento Colaborativo é desenvolvida em quatro módulos de grau de complexidade crescente. O primeiro módulo foi lançado no dia 15 de julho no canal do YouTube Youth Mappers Uergs e, semanalmente, são lançados novos vídeos. Ao final de cada módulo, são propostas atividades que possibilitam a certificação desse processo de aprendizagem.
Saiba mais sobre a Trilha e acesse os vídeos.
Em junho deste ano, o Youth Mappers Uergs promoveu uma mapatona com o objetivo de oferecer treinamento gratuito online para o Mapeamento Colaborativo no OpenStreetMap, a plataforma utilizada nesse trabalho. “O OpenStreetMap (OSM) não é um mapa 'pronto', mas um mapa 'vivo' que continua a crescer e fica mais completo a cada contribuição (como uma Wikipédia dos mapas). O usuário pode registrar dados da sua comunidade local ou locais conhecidos, ou ainda colaborar no mapeamento a partir de imagens de satélite, o que é bem comum em respostas a emergências (como o caso das inundações no Rio Grande do Sul em 2023 e 2024)”, explica Fabiane.
Confira a entrevista completa com a professora Fabiane, em que ela fala mais sobre o Youth Mappers Uergs e explica como é feito o mapeamento colaborativo:
Como é o trabalho do YouthMappers Uergs?
No YouthMappers Uergs, nós organizamos, colaboramos e implementamos atividades de mapeamento que respondem às necessidades de desenvolvimento em todo o mundo, gerando e publicizando dados relevantes dos nossos locais de vivência e contribuindo em projetos humanitários de resposta a emergências ao redor do mundo. Os mapeadores mais experientes realizam também a atividade de validação, que é a revisão para garantir a qualidade do mapa resultante, disponibilizado ao público.
Como é feito o mapeamento colaborativo?
O mapeamento colaborativo ou mapeamento participativo é uma forma de construção de mapas online onde os próprios usuários inserem as informações de forma simples e voluntária, que são disponibilizadas publicamente de forma livre e aberta. Isto é realizado na plataforma OpenStreetMap.org, pois a maioria dos outros mapas gratuitos tem seus dados protegidos por leis de direitos autorais e pertencentes a múltiplas organizações, o que impede o uso destas informações de formas inovadoras, criativas e interessantes na solução de problemas.
O que são as mapatonas?
As mapatonas (Mapathon, em inglês) são eventos de mapeamento coordenado, onde um grupo de mapeadores iniciantes ou experientes se reúnem de forma presencial ou virtual para mapear temas específicos de uma área específica, considerados de maior urgência (frequentemente na gestão de desastres).
A Humanitarian OpenStreetMap Team (HOT) - rede internacional de colaboradores - possui um software que facilita essa ação coordenada, pois divide um grande projeto de mapeamento em tarefas menores que podem ser mapeadas simultaneamente por diferentes pessoas (cada pessoa pega uma tarefa, que é um pedacinho do mapa, e faz aquele quadro, até concluir, portanto, sem risco de sobreposição). Assim, ao promover Mapatonas, os capítulos do YouthMappers sempre fazem parceria com a HOT para uso dessa ferramenta, ideal para alcançar um objetivo coletivo.
Nas mapatonas, nós fornecemos um treinamento básico da ferramenta aos participantes sobre como desenhar e identificar as ruas e edificações a partir da imagem de satélite. Então orientamos a colaboração em um projeto específico, que no momento tem sido as áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e ficamos reunidos, mapeando juntos (mesmo que em uma sala virtual) para nos apoiar e esclarecer eventuais dúvidas. Após a mapatona, o participante tem autonomia para seguir mapeando sozinho.
Qual a relação do Youth Mapperrs Uergs com os parceiros (Open Mapping Hub in Latin America and the Caribbean, Humanitarian OpenStreetMap Team (HOT), YouthMappers)?
O YouthMappers é uma rede internacional para o mapeamento colaborativo que visa contribuir na busca pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas focado no protagonismo de jovens acadêmicos. Da mesma forma, o Humanitarian OpenStreetMap Team (HOT) é uma rede internacional de colaboradores, desta vez mais diversos, focados na geração de dados geoespaciais abertos para ação humanitária e desenvolvimento comunitário, especialmente na gestão de desastres, redução de riscos e consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
YouthMappers e HOT, portanto, são meios de coordenação e ação integrada de ações de mapeamento de voluntários de todo o mundo, que contribuem no suporte e construção do OpenStreetMap. O YouthMappers Uergs é um dos elos da rede Youthmappers. Já o Hub de Mapeamento Aberto - América Latina e Caribe orienta o mapeamento dessa região do globo, dentro do HOT. Os dois grupos têm objetivos em comum, portanto trabalham juntos frequentemente.
Por: Daiane de Carvalho Madruga
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